Industrialização com elementos pré-fabricados na residência Atsobakar
Na ampliação da residência de idosos Atsobakar, em Lasarte-Oria, o Estudio Beldarrain (Donostia–San Sebastián) apostou em soluções construtivas industrializadas STONEO Forms, que dialogam com a arquitetura existente. Conversamos com Lorena Cores, arquiteta do estúdio, sobre os desafios de intervir em um edifício em uso, a colaboração com o Escritório Técnico de Arquitetura da ULMA e o potencial da pré-fabricação para avançar rumo a uma construção mais eficiente, precisa e sustentável.
- Quais foram os principais desafios apresentados pela ampliação de Atsobakar como uma residência em funcionamento?
O projeto amplia a residência com a anexação de três volumes ao edifício existente – ao sul, ao leste e ao oeste, duplicando o volume original e ocupando boa parte do jardim que o rodeava. A obra está sendo executada com a residência em pleno funcionamento, o que tornou essencial minimizar os transtornos para os moradores, um desafio nada simples. O trabalho foi planejado em etapas independentes, para garantir em todo momento a separação física entre as áreas em uso e a obra. A ampliação sul foi a primeira a ser concluída e já está em operação, permitindo a transferência de parte dos residentes para essa nova ala e possibilitando as reformas necessárias nas fases seguintes. Tudo isso foi realizado com acessos independentes e planejamento de segurança, garantindo que os moradores pudessem continuar usufruindo dos espaços externos de convivência durante todas as fases da obra.

- O que motivou a escolha de um sistema industrializado como o módulo de janela pré-montado da ULMA?
A proposta arquitetônica buscava uma continuidade visual e material entre o novo e o existente, de modo que o conjunto fosse percebido como um edifício unitário, embora construído em momentos diferentes e com linguagens distintas. Essa intenção nos levou a manter o mesmo revestimento de tonalidade avermelhada da residência original.
As janelas molduradas do edifício antigo se transformam, na ampliação, em aberturas quadradas de dimensões mais generosas, cujas molduras em concreto branco são uma referência contemporânea às originais – um diálogo entre o clássico e o moderno. As molduras foram concebidas como molduras delgadas que envolvem o vão em seus quatro lados. A solução pré-fabricada e pré-montada apresenta vantagens logísticas e econômicas, além de reduzir o impacto sobre os residentes. Mas, neste caso, também era a opção mais fiel ao conceito arquitetônico do projeto.
Se quiser projetar um sistema de pré-fabricados industrializados, conte-nos a sua ideia.
- Como foi a coordenação técnica com o Escritório de Arquitetura da ULMA neste projeto?
A colaboração foi muito próxima desde as primeiras fases do projeto, e este é, na minha opinião, um aspecto crucial. A industrialização e a pré-fabricação exigem uma cooperação intensa entre o arquiteto e a indústria. Isso é algo muito comum em países com tecnologias construtivas mais avançadas, mas ainda está sendo incorporado gradualmente aqui. Os projetos executivos deveriam ser desenvolvidos, em grande parte, em conjunto com quem vai construir o edifício. Somente assim é possível alcançar um alto grau de industrialização, com obras mais rápidas, econômicas e sustentáveis.
- Que aspectos você destacaria do comportamento técnico ou estético do material STONEO na obra?
O resultado foi muito satisfatório. A homogeneidade de cor e textura, bem como a precisão geométrica das peças, são excelentes — e isso é, evidentemente, uma das grandes vantagens das soluções pré-fabricadas em relação às executadas in loco.

- O sistema inclui pingadeira, verga e ombreiras em um único módulo. Que benefícios essa solução “tudo-em-um” traz do ponto de vista do projeto e da execução?
Como mencionei, o conjunto foi concebido como um módulo homogêneo, que envolve as aberturas com uma espessura aparente de apenas três centímetros, portanto, a solução pré-montada era a mais adequada e fiel ao projeto original.
Além disso, a solução “tudo-em-um” garante um nível de precisão e acabamento nos encontros que dificilmente seria alcançado com montagem em obra.
E, pela rapidez na execução, contribui também para reduzir os transtornos aos moradores, o que foi fundamental neste caso.
- Você acredita que esse tipo de solução industrializada tende a ganhar mais espaço nos próximos anos?
Sem dúvida. Em outros países, já se constrói com níveis de pré-fabricação bem mais elevados, e este é claramente o caminho a seguir. O sistema oferece vantagens em prazos e custos de execução, é ambientalmente mais sustentável, e a montagem em ambiente fabril gera empregos mais qualificados e seguros do que o trabalho em canteiro, algo que, na minha opinião, tem grande valor social.
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